Psicopatologia: o estudo da natureza das doenças mentais
A psicopatologia é o conjunto de conhecimentos referentes ao adoecimento mental do ser humano, o estudo da natureza das doenças mentais. Tem o objetivo de compreender profundamente as alterações mentais, identificar suas possíveis causas e, assim, formular estratégias de tratamento e proteção da saúde mental.
As doenças mentais podem ter causas orgânicas, quando têm causas físicas evidentes (como na doença de Alzheimer), ou causas não orgânicas, quando não é possível identificar claramente alterações orgânicas cerebrais.
A psicopatologia é desenvolvida de acordo com diferentes perspectivas, que baseiam a atuação do psiquiatra e do terapeuta. Acompanhe o texto para saber um pouco mais sobre elas!
Biomédica
A perspectiva biomédica da psicopatologia classifica os distúrbios mentais como qualquer outra doença, pois considera que as alterações psicopatológicas surgem devido a anormalidades biológicas. Essas anormalidades podem ser genéticas, bioquímicas ou neurológicas.
Desta forma, o tratamento é focado na correção das anormalidades orgânicas, não levando em consideração as variáveis psíquicas e sociais da pessoa.
O profissional psiquiatra deve identificar a alteração anatômica (regiões cerebrais fora do padrão de normalidade) ou bioquímica (função alterada dos elementos bioquímicos) e procurar uma terapia específica, geralmente baseada em medicações.
Psicodinâmica
Os estudiosos da área da psicologia buscaram um modelo de psicopatologia mais profundo, que tivesse o foco nos processos intrapsíquicos do indivíduo. Este foi o modelo ao qual Freud dedicou seus estudos, e que baseia a psicopatologia psicanalítica.
A perspectiva psicodinâmica da psicopatologia considera que as doenças mentais surgem da interação entre as motivações conscientes e inconscientes, a “luta” das forças psicológicas. Os problemas mentais e psicossomáticos aparecem devido o conflito entre os desejos opostos dessas forças.
Para isso, devem ser compreendidos alguns conceitos inerentes à psique humana, como:
- libido;
- trauma;
- mecanismos de defesa;
- conflito;
- falhas.
Sociobiológica
A perspectiva sociobiológica considera que a formação como um todo das pessoas (comportamento, personalidade, aspectos psíquicos) é construída a partir da interação contínua e dinâmica entre o fator biológico (carga genética), ambiental (família, sociedade) e o seu processo de aprendizagem.
Pode-se então considerar que existem leis comuns que orientam o comportamento das pessoas nas sociedades, que farão parte da composição psíquica de cada um.
Esse conceito pode ser aplicado à psicopatologia, considerando que o problema mental surge a partir da desarmonia entre essas leis ou outros aspectos biológicos ou ambientais, dentro da realidade da pessoa.
Comportamental
A análise comportamental na psicopatologia considera que o comportamento é o resultado da interação entre organismo e ambiente, e não considera as estruturas mediadoras desta interação. O comportamento humano é visto como parte da natureza, e aqueles considerados psicopatológicos são vistos como comportamentos desorganizados.
Para os estudiosos da vertente, os distúrbios mentais são o conjunto de comportamentos mantidos por meio das relações funcionais e de aprendizagem feitas entre o organismo e o ambiente.
Para compreender e intervir neste padrão, é preciso observar as variáveis ambientais que o fazem ser mantido. Os comportamentos inadequados, desajustados e danosos são mantidos pelos estímulos do meio, e não por conflitos intrapsíquicos.
Os diferentes modelos de abordagem da psicopatologia envolvem conhecimentos neurológicos, psicológicos, filosóficos e sociais, em busca da melhora da qualidade de vida para as pessoas que sofrem de distúrbios mentais.
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